Hoje
conheci um revolucionário. Alguém que estava em constante luta pela transformação.
Não mais que um menino, mas que já é como um Hitler, não para benefício de uma
única nação, e sim para todas. Movimentando-se pelo mundo como um messiais
mundial.
Como
arma suprema, ele faz uso de uma preta caixa quase quadrada cuja face frontal
se ilumina. A partir de um duro, fino e comprido plástico retangular com a
característica de dar leves estralidos ao ser massacrado com os dedos da
revolução, ele envia suas mensagens à humanidade.
Alerta
com veemência sobre as crianças do continente africano que pouco têm o que
comer e que, por muitas vezes, a espera da urina dos animais é único modo para
que de sede estes inocentes não desfaleçam. Desdenha da inteligência dos homens
carnívoros enquanto alega que o herbivorismo é viável e que a isto também dá-se
o nome de evolução.
Tal
qual Van Helsing, ele é um operante da madrugada em uma jornada de horas
intermináveis onde veste-se de Légolas para, com suas flechas certeiras,
converter alguns para o seu admirável mundo novo. Sobre o espaço dentro da
caixa, ele o denota como virtual.
Apresentou-me nele o seu círculo de amigos. Descreveu-me sobre a teoria de
zumbificação onde seres estagnados vivem para sobreviver e o custo desta é a
limitação do pensar. Que mesmo os melhores cérebros podem ser devorados
totalmente quando cercados por zumbis.
Digo
que conheci um revolucionário. Nada mais que pouco é o que ele precisa. Sua
máquina, nenhuma namorada e sua mãe, que lhe traz comida. Diz que o mundo lá
fora não pode ser mudado por fora, que há muitos como ele e que a verdadeira
luta ali está.
Palmas
para este Dom Quixote. Com leve sabor de escárnio, uma salva de palmas.
Cesar Domity