sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Deserto

Vai passar a nuvem que não alcanço
Mas sonho alcançar
Iludo-me a sonhar
Sei que não posso sonhar

Estou sempre no deserto
Areia quente
Sou o meu próprio deserto
Nunca estive perto
Do nada,  estive além.

Vendo nuvens esqueço da areia
Ou esqueço de lembrar
E mesmo que pise em nuvens
O deserto em mim há de estár
E o que estou falando
Tudo é vazio
Iludo-me não ser
Mas sendo não sou

Onde vou caminhar?
Para aonde meus pés um dia vão sangrar?
Tenho que continuar iludido
Não consigo
Vou deitar acordado na areia
E nunca mais vou acordar

                                              Vinícius Faria

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