No dia impávido que eu sai para fora pensando que lá tinha
vida
Já não restava nada
Você tinha guardado todas as possibilidades dentro da gaveta
da cômoda velha
E alguma coisa toxica ficou sobrando no ar
Alguma sombra ancestral que continuou a vagar
Nessas gavetas onde se guarda essas coisas eu não mecho
E qualquer passo em falso e o passado te esmaga
O passado é aquele gigante que anda derrubando arvores muito
bem enraizadas
E é os pés que você foge, e das mãos que se esconde
Enquanto a noite o pensamento automático não dá descanso
Como vidro em pó como silêncio e arde
Onde toda a possibilidade se torna a mesma possibilidade
E mesmo assim não se aprende
Eu me guardo e vou embora
E você fica na gaveta, dançando com o gigante
Vinícius Faria
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