segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Donzela d’água

Há uma pluma fincada em meu cerne
Com uma suposta ponta de prata
Que lembra do que não lembro
E traz um cheiro sentido sem sentir
De uma donzela toda de água

Em um berço alado, atado quase corro
Em um morro inverso de minha alma, buraco de infância não tida

Pinta de azul o mar para eu andar
E a vida em todo esse mar que navegamos
E pensamos voar

E o mundo
Todo ele de água
E eu uma bigorna
Pelo mundo a me afundar.

                                            Vinícius Faria

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