Despedaçamos
nossos braços
Comemos
nossos beijos
Sentamos
no nosso cansaço
Há um
morto na nossa sala
Já grita
nosso silêncio
É hora
vazia extraviada
E come
pão sem manteiga
Uma
mendiga em nossa porta
Já há
pregos na nossa horta
Onde
antes teve canteiros
Nossa
hora sabe ter sido
E antes
de ser já nos parece velha
Estamos
operando nosso umbigo
Sem luvas
de parcimônia
E
anestesia de amor
Não mais
dentro nem fora
Para a
linha morta
Da nossa
ocasião
Vinícius
Faria
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