terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Névoa Gelada Lá Fora

Névoa gelada lá fora
Névoa indistinta na distinção das cidades
Aonde o eremita dormia.

Umidade cálida aonde não nascem sonhos com hastes.
Inverno acalentador desta bebida
Que colocaram onde devia estar meu despertador.
Não despertou nada para nada
E o ar continuou pesado
E todas as estradas fechadas.

Bilateralmente, em uma dicotomia hipotética
Percorro a custo a insolação incandescente de duas estradas sem entradas
E fico aqui aonde estou a pensar nisso
Canso as pernas da cabeça de pensar em andar
E depois visto o cansaço como desculpa para não cansar

A conclusão a que chego está fora de questão
E deixou à empregada os jornais de ontem empilhados na minha consciência
Não colocaram ouro de verdade no final de nada
Nem princesas para serem salvas
E se colocarem um dia, vai ser na hipótese
Fujo de qualquer coisa de que eu tenha que pensar em fazer
E penso em como fazer isso
No meio da névoa me procuro, enquanto fujo de mim
E mais uma vez suspensos no tempo
Vários eu's, chegam à conclusão nenhuma
Fazer nada enfim por ter todas as possibilidades de fazer
E continuar a pensar... pensar... pensar.


                                                            Vinícius Faria

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