quarta-feira, 30 de abril de 2014

Um dia

Saí logo desse dia
Porque como um abraço de amor
Ele liberta e sufoca
Mal abre o dia e o flerte começa
E no fim de não chegarmos em lugar nenhum
Estáticas suspensas no tempo
Como um inseto no âmbar
Inventamos mundos para viver
Saímos a pé na estrada deserta
Vendo flores nos pinhais
Ilusões coloridas para preencher espaços vazios
E tudo escorre por entre os dedos da mão da alma
E no desespero inventamos palavras
Casas, cidades, canções, cor
Colocamos a culpa na vida

Não tem culpa a vida
Não temos culpa
O dia é uma ferida de cachorro para nós lambermos


                                             Vinícius Faria

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