domingo, 28 de julho de 2013

Menos Verborrágico que o Usual


Hoje
Estou desagregado
Desacostumado com tudo que é torpe
Espalhado pela sombra dos freixos
Aterrado na litosfera do meu pensamento

Comedido – isso posso dizer...
Lívido com o reflexo do meu reflexo
Que ainda é um Eu duas vezes quiral
Infastado de humanos
Chamo-me Hoje – apenas para mim
Sensações, pois, sou muitas.
Incapaz de não vugarizar meu eu
E de me fazer em papel
Fazer-me fonético e verbal

Folha outonal
Pairando na existência
Dentro do descaso do ocaso
Descanço por sobre a rede
Porque faz calor em toda a cidade
E hoje resolvi fazer nada.

                                    Cesar Domity

sábado, 27 de julho de 2013

Mecatrônica Íntima

A cada metro do teu riso virado
Meu medo sofrido
A cada centímetro do teu corpo gelado, brando
A textura do meu sabonete líquido
Nos quilômetros teus olhos, internos, oblíquos
Um soluço colorido, varrido daquelas tempestades pintadas
Em porcelanas chinesas
Em cada ruga das tuas tripas
Inversas, as almas de teus amantes servidas numa mesa comprida
A cada dobra do teu vento do teu ventre de dentro
O teu perfume de notas sonoras de amora madura
A cada parte interna da tua perna a tua lábia a gargalhada
A cada caverna tua íntima a semente palpitante da tua filha
Resfriada, encolhida
A cada litro do teu sangue, uma noite velha e lisa
De brisa que roça o coseno do teu tronco
A cada plaino gravitacional do teu meio
A ânsia o desespero
A insônia, o grito

                                              Vinícius Faria

Cosmopolita


Andam los besos de La mia mano
En las noches blancas del tu cuerpo de adormecimiento
Cateando valles y estrato

En lo bioma delos sueños de la luna
Rastros delos senos nievado de tu torso
A donde el  lago hondo del tu ombligo
Dividi la manzana al mitad                                               
En él aún no se elaborou el tiempo

Y en lo encuentro inciestoso delas mitads
El sabor napolitano delas bocas de sorbete
En los decâmetros de 25 megapixeis
Señal de melanina en la candor hidratada
De la tuya piel estratosférica

Del miel color delos tuyos ojos
El segredo derretido de la alma de lo suspiro
En lo silencio de los pasos húmedo

                                              Vinícius Faria

A Morta do Jardim

Saíste de onde não há
Para o tormento que não te sinto
Abriste com uma pá
No meio do meu dia
Um enterro de domingo

Saíste da noite sem escuro
Do subsolo de um segundo
Pungente e insólita
E veio doer onde não sei
Por um dia que nunca tive

Descolou o sossego do meu travesseiro
Deixou-me faltando
(Ainda que inteiro)
Plantou não sei onde um devaneio
Sobre um quê que não sei.

                                                        Vinícius Faria

Cegas Valkirias Anônimas

Meus pensamentos noturnos de insônia
Espremem o tubo de gel das mágoas
Aladas, bóiam entre aspas
Cegas valkirias anônimas
Conjurando lapsos de descaso
No largo quarto dos meus sonhos
Inquieto peregrina o ponteiro
Sentinela, a propor esparadrapos de tempo
Para a porta lascada de casas cicatrizadas
Paradas nos portos de dias chuvosos
Meninas esquálidas de vida enferrujada
E uma cantiga chorosa
De notas abandonadas
Ventos de consciência morta
A me deitar nas horas graves da minha vida
A comprida lástima de uma valsa noctâmbula

                                                                        Vinícius Faria