É cedo
almoço
Teve
festa. Não
Mas o
almoço tem. Tudo bem
Ontem estava
estranho, ontem era estranho
Que lugar
e a fadiga, ter que vestir a camisa...
Mas que
identidade tem? Querida, leva a realidade daqui
Antes que
toque a porta do banheiro
Tem
pombos na janela, aves do porteiro
E o
xadrez monocromático da dispensa
Pensa...
dois pingüins sorrindo na geladeira
Podia ser
outra hora, a pedra inteira
Dorme de
novo, querida, há dor de cabeceira
Criado
mudo, tem sol lá fora
E não incomoda os grilos de cera
Abro a
porta e estou preso
Lá fora
não tem nada...
Diz
aguada qualquer coisa de café
É
qualquer coisa de preguiça, querida
Seria
outra você e você qualquer outra
Seria a
mesma qualquer coisa da vida
Jornal de
esquina, poste
E frase
repetida
Órgão interno
e arrebate
Algo que
bate, omelete e coração
Tem horas
aí?
Tem dia
em promoção
Tem morte
em leilão
Tá,
querida, eu vou sair
Eu vou
sair
Lá fora
sem fora
Porta
indiscreta, via reta
Mas que
preguiça; realidade, vai bater na porta do Mauricio
Desde o
inicio toda errada; desde a menarca, confusão
Camisa,
botão, para, querida, deixa que eu arrumo a camisa
Veste a
parede e conversa com ela; alegre da vida
Não
estorva, não diz sei lá, a cama
Avião,
china, canção
Sai do
banheiro, sai do mundo inteiro
Deixa-me
quieto de assoalho
Z
Papel
branco
Não, não
faz
Não diz
Não corre
Põe uma
tampa no teu útero
No sofá
listrado da maçã
Amanhã,
amanhã, amanhã
Eu sei
vou vestir a camisa e sair
E cair
E rir do
meu umbigo
Oh, céus
do meu umbigo
Dor de
realidade comendo os domingos
Essa
camisa é verde
Eu disse
a azul
Metafísica
das camisas
Metafísica
palhaçada
Parede
Nada
Realidade,
tu nem existe
Tá bom,
querida, fecha a camisa
Eu vou
sair
Vinicius
Faria
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