Das flores cândidas perto da
lareira que esquentam-se sem queimar ao mar violento que se revolta com o vento
na pressão que a lua vem a exercer, tu te fazes presente nos cantos secos do
deserto do meu pensamento.
Por que me compras esta
passagem para meu desespero, memória moribunda e persistente?
Por que vens recriar o nublado
funeral do tempo das cotovias quando o dia se faz tão mais agradável?
Das parade das salas que
frequento, escorre um óleo com grafite o qual me besunto e me enegreço na
ausência da consciência do ato.
Tu te fazes presente nas
cadeiras e lê o jornal da minha vida com um desinteresse de final de semana.
Passas as páginas que contenham qualquer relevância para alcançar-me no clichê
das páginas de fofocas.
No que entro, olha-me como se olha as
segundas-feiras pela janela e inebria-se com a luz fosca que me corta com a
impressão que sou reflexo da existência.
Cesar Domity
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