sábado, 22 de fevereiro de 2014

Poema Forçado

Parada és um amontoamento de pixeis
Presa entre nosso entendimento de tempo e de espaço
Forço o que escrevo e vejo-te nua com espasmos
E por entre o macio cio da tua carne, não posso...
Evitar de pensar formas estranhas para teu sexo
E quem ler agora terá que saber do esforço que faço
Para ver-te nua, para cantar na folha o que vejo.
Que eu imagine por entre os panos que te arranquei
E te abro com faca branca para por entre teu intestino
Fígado, pulmão e pâncreas possa falar, tudo púrpura,
Do que hipoteticamente chamas de coração
Onde tu guardas o que tu pensaste que tivesse
E que queria que eu visse
Viu, eu disse que não se força um poema


                                                                                      Vinícius Faria

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