Acordo
cedo.
Tenho
que fazer meu dia.
Tenho
que ser meu.
E
mais do que isso:
Sei
que tenho que fazer meu dia.
E
sei que sei de tudo isso assim que acordo.
Por que
não paras relógio?
Por que
não posso eu puxar anti-horariamente o teu ponteiro?
E
fingir que não é ainda a hora que eu sei que é.
Ora! Mas que grande bobagem.
Se não fosse essa hora, seria outra.
Se não fosse essa hora, seria outra.
E
eu teria que fazer algo também nessa outra hora.
E
mais do que isso é saber estar fazendo ou saber ter que fazer.
E
isto é como uma fadiga, mas não de ter que pensar no meu dia,
E sim ter que pensar em fazer algo, e a consciência de ter.
Pobre
do que fala em liberdade.
Mas
mais pobre ainda a mente metafísica.
Dar
um sentido para a vida é anular a liberdade como consequência.
E
mesmo que o sentido seja a liberdade,
Não
é algo muito livre ter que ser livre.
Pois
então, decido agora, nesta manhã, que não há metafísica na vida.
Que
a vida não tem sequer um sentido que seja.
Nego
agora todo o sentido da vida.
E,
por conseguinte, acabo de afirmar que o sentido da vida é não ter sentido para
dá-la.
Raios!!
Isso ainda é uma metafísica.
Vinicius Faria
Vinicius Faria
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