sábado, 27 de julho de 2013

Mecatrônica Íntima

A cada metro do teu riso virado
Meu medo sofrido
A cada centímetro do teu corpo gelado, brando
A textura do meu sabonete líquido
Nos quilômetros teus olhos, internos, oblíquos
Um soluço colorido, varrido daquelas tempestades pintadas
Em porcelanas chinesas
Em cada ruga das tuas tripas
Inversas, as almas de teus amantes servidas numa mesa comprida
A cada dobra do teu vento do teu ventre de dentro
O teu perfume de notas sonoras de amora madura
A cada parte interna da tua perna a tua lábia a gargalhada
A cada caverna tua íntima a semente palpitante da tua filha
Resfriada, encolhida
A cada litro do teu sangue, uma noite velha e lisa
De brisa que roça o coseno do teu tronco
A cada plaino gravitacional do teu meio
A ânsia o desespero
A insônia, o grito

                                              Vinícius Faria

Um comentário:

Magal Sama disse...

Tão Suave e ao mesmo tempo tão Rude.