Bates com pequenos sussurros em meus tímpanos.
Nem perguntei sobre tua febre terçã de domindo e de terça.
Aquele dia que procuraste te esconder debaixo dos
cobertores, enfrentei os semáforos e botei fogo em uns dez cigarros pelo
caminho.
Imagino que tenhas deixado um bilhete o qual não posso
encontrar.
Fazer tudo isso é muito difícil.
Não sei se é o sofrimento que é ser vivo e me toca ou se sou
eu que sou coisa torpe e me espalho pelo espaço da cama.
Imagino que todos os escritores tenham esta coisa...
Esta presença persistente que de alguma forma é aconchegante
e querida.
Comporta-se como filho, como namorada tímida, como um animal
de estimação pesteado até o talo. Enraizado no dia-a-dia.
Eu bem que mostrei que há torpor nos cobertores.
Eu mal sorri entre os sussurros.
Se é verdade que escuto, sou são e os outros são todos
doentes.
Se é inverossímil, é porque há um déficit na minha retórica
e, por conseguinte, todos os outros continuam doentes.
Cesar Domity
Um comentário:
gostei
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