domingo, 31 de março de 2013

Poeira Velha

Aonde permeou o toque da espuma
Ficou verde a maçã
E o perfume da lembrança
E depois a cadeira vazia
Da ultima ninhada a casca

A mesa de jantar tem uma cadeira afastada
Bebe o chá a caneca em cima da mesa
Desce o silêncio as escadas
O relógio não conversa mais comigo
De manhã já é fim de tarde
Já é outra a porta da janela
E as frutas ficaram jogadas no chão

Permissivo e lodoso é o tempo deste soalho
Há chuvas no banheiro inteiro
A meia luz está inteira e meia
Escorre magoas nas calçadas
Espio um tempo pungente do nada
Conversam as paredes sozinhas
O televisor desligado fala
E na estante riem as fotos de mim

                                           Vinicíus Faria