Tudo
branco                                                                            
Branco feito a
neve                                                         
       
Branco feito a
alma                                                                
Branco feito as
camponesas.                                                  
Tudo
preto                                                                                
Preto feito
café                                                                          
Preto feito um
pesadelo                                                            
Preto feito a
Morte.                                                                   
Tudo
cinza                                                                               
Cinza feito a
cinza                                                                 
Cinza feito meu
humor                                                          
Cinza feito
minha
mente.                                                      
Tudo verde 
Verde feito a grama
Verde feito a ciência
Verde feito a imaginação. 
Tudo vermelho
Vermelho feito o sangue
Vermelho feito a ferida
Vermelho feito a vida
Tudo amarelo
Amarelo feito as mulheres
Amarelo feito Van Gogh
Amarelo feito o sol.
                
Tudo sombra         
 Sombra como minha inspiração              
Sombra como meu sentimento                                          
Sombra como tudo.  
        
Nada azul
Nada azul como o céu 
Nada azul como o mar
Nada azul como a tristeza.        
Tudo translúcido 
Translúcido como meus dias  
Translúcido como minhas mentiras 
Translúcido como você.       
                                                  Vinícius Faria
quarta-feira, 25 de abril de 2012
terça-feira, 24 de abril de 2012
Surreal
Rivelino pensou que era um quadro de madeira molhada da chuva sangrenta sobre os brasilites de ouro.
Joaquina, menina de voz grossa, olhou com cara de cavalo, deixando o menino com dor nas cadeiras, vulgo Rivelino. Pessoas caminhavam com rostos de martelos, esmagando a ingenuidade da borboleta azul.
Diego Sória
Quando eu envelheço
Talvez um dia
eu fique velho                      
E na velhice essa que eu serei
Sentirei enfim existir
No compasso lento do fim de tudo
Falhar-me-á então a memoria
Como falha agora
E não lembrarei mais do corpo
Da menina de outrora
Feita mulher em meus braços
Tão minha foste toda
Tão toda morta está neste agora
                                                
Doravante morrerei aos poucos
E escreverei aos montes
Talvez os temas que antes estes me encantem
Assim como este agora encanta
Ver-me-ão com o peso da nostalgia
Rebentando-se em um só nó na minha garganta
Talvez na velhice não sinta medo da morte
Nem da vida
Tão pouco medo de não viver a vida
Sentirei portanto, talvez
De ler tudo que escrevi
De ver tudo que pintei
De saber tudo que saberei
Errar-me-ei na vida trombaleando os passos
Perdido no espaço, vazado no tempo
Que nunca parei sem fotografar
Em meio a neblina do meu passado
E a fumaça toxica da velhice
Verei o navio da minha vida zarpar
E mesmo sem alguém que questione
Minha alma responderá
Diante da luz na porta
Do fim do fundo do corredor da existência
                                                                          
Não quero que por mim passe
P’ra que rasgue o fim da estrada
Toda minha vida frente aos meus olhos
querei eu então do âmago do meu ser
No centro do meu mundo
Ver a minha vida rebobinar-se e o tempo regressar
Verei eu proprio despintar meus quadros
Desescrever meus textos
E tudo mais se desfazer ao meu redor
Todo um dia será um segundo
Num retrocesso de embrulhar o estômago
E saberei o tom das coisas vistas
Começadas pelo fim
Da velhice voltar-me-ei à infancia
E verei a mim no fim da vida
Acalentando-me novamente
No útero de minha mãe.
Vinícius Faria
E na velhice essa que eu serei
Sentirei enfim existir
No compasso lento do fim de tudo
Falhar-me-á então a memoria
Como falha agora
E não lembrarei mais do corpo
Da menina de outrora
Feita mulher em meus braços
Tão minha foste toda
Tão toda morta está neste agora
Doravante morrerei aos poucos
E escreverei aos montes
Talvez os temas que antes estes me encantem
Assim como este agora encanta
Ver-me-ão com o peso da nostalgia
Rebentando-se em um só nó na minha garganta
Talvez na velhice não sinta medo da morte
Nem da vida
Tão pouco medo de não viver a vida
Sentirei portanto, talvez
De ler tudo que escrevi
De ver tudo que pintei
De saber tudo que saberei
Errar-me-ei na vida trombaleando os passos
Perdido no espaço, vazado no tempo
Que nunca parei sem fotografar
Em meio a neblina do meu passado
E a fumaça toxica da velhice
Verei o navio da minha vida zarpar
E mesmo sem alguém que questione
Minha alma responderá
Diante da luz na porta
Do fim do fundo do corredor da existência
Não quero que por mim passe
P’ra que rasgue o fim da estrada
Toda minha vida frente aos meus olhos
querei eu então do âmago do meu ser
No centro do meu mundo
Ver a minha vida rebobinar-se e o tempo regressar
Verei eu proprio despintar meus quadros
Desescrever meus textos
E tudo mais se desfazer ao meu redor
Todo um dia será um segundo
Num retrocesso de embrulhar o estômago
E saberei o tom das coisas vistas
Começadas pelo fim
Da velhice voltar-me-ei à infancia
E verei a mim no fim da vida
Acalentando-me novamente
No útero de minha mãe.
Vinícius Faria
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