quinta-feira, 17 de maio de 2012

Parcimônia do Caráter (III)

                                                                    (Parte III)

O sol invadia com fulgor a grande janela quadriculada central. Ele olhou com repugnância e, entrementes acompanhado de tropeços e típico embaraço matutino, puxou as cortinas. Alguém insistia na porta até que fosse aberta.
- Pensei que já estarias morto.
- Por que faria isso?
- Por que não farias isso?
- Por que tu não fazes isso?
Adentrou ao apartamento tão logo ele abriu a pequena entrada de madeira, que não a janela, uma jovem de cabelos áureos e esvoaçantes, vigorosa e rígida. Ambos respondiam muito rápido a retórica alheia, eram firmes e beiravam a rispidez em cada palavra, de costume que envolviam-se em conversas como em um jogo de xadrez.
- Onde está o hipopótamo?
- Não sei do que falas.
- Hipopótamos são animais extremamente territoriais e agressivos, a aparência carismática destes fazem humanos aproximarem-se deles como animais domésticos comuns. É o animal que mais causa mortes na África. Então, posso supor que trouxeste um aqui para fazer uma guerra-de-travesseiro mortal.
Ela olhou firmemente para Virgo que sentava-se no sofá central.
- Desta maneira só consigo pensar em duas perguntas: Onde está o hipopótamo ou o que aconteceu.
Ela sentou-se na mesa logo a frente do sofá. Olharam-se profundamente. Pouco barulho poderia ser ouvido do lado de fora e praticamente nenhum de dentro.
                                                             
                                                                                                                      .... continua.

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