sábado, 27 de julho de 2013

A Morta do Jardim

Saíste de onde não há
Para o tormento que não te sinto
Abriste com uma pá
No meio do meu dia
Um enterro de domingo

Saíste da noite sem escuro
Do subsolo de um segundo
Pungente e insólita
E veio doer onde não sei
Por um dia que nunca tive

Descolou o sossego do meu travesseiro
Deixou-me faltando
(Ainda que inteiro)
Plantou não sei onde um devaneio
Sobre um quê que não sei.

                                                        Vinícius Faria

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