domingo, 1 de setembro de 2013

Fada de Abril

A fada de abril chegou silenciosa e cuspiu na minha cara
Não quis pensar no gosto ferroso e no éter de sua barriga
Mas a luz é clara depois que de longe ilumina.
Fui para o quintal onde sempre tinha rede
Mal disposto a enfrentar a distância que dormia no pátio
Houveste (e nem disse) plantado urtiga todo dia
Mas debaixo da árvore a rede ainda balançava
E no outono haverá frutas como em todos os anos

O Meca que vestes não faz sentido, assim como o combate que preparas
Não há guerras estelares no futuro da nossa floresta
Talvez nem mesmo em Marte, tão pouco em Saturno, haja florestas
Entretanto nunca pensei que fadas tivessem asas, nem armas
Que eu soubesse era coisa dos anjos
Enfim, não estou aqui por tanto para discutir, no entanto
Nenhuma articulação exposta que sobre costa mora
Tenho que tratar a cianose dos móveis da casa
E as lamentações das janelas fechadas
Quando a hora morre tudo pesa ou sobra

Pela ordem que tu defendes, eu já devia esperar (nisso devia até haver, uma... certa calma) as voltas soltas que tu te condicionas.
E o cianureto que sobra no teu nome e escala as paredes
Não é bem uma falha mecânica, mas
Sempre pensei que o metal pesasse nas asas
Aonde a tranqüilidade cria veias no chão
A propulsão passa e fica o vácuo
Azar é o meu que tenho que lidar com o cianureto
Que ficou aonde tocou com as mãos perfumadas de fada branca
E a urtiga que roça a lembrança das coisas frescas de hortaliça.


                                                   Vinícius Faria

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