terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Canção do exílio

           
Minha terra tem algodoeiros de sorvete
Plantados nas nuvens a passar
E as horas no chão plantadas
São de espinhos ou baobás

Na minha terra cantam poetas sem verso na rua
E os artistas pintam flores tropicais nos vestidos de meninas nuas
Tem os domingos de praia e os domingos de esquina
E mulheres anônimas de cobre

Minha terra tem chão de seca rachado
E fantasmas coloridos na janela
E as tardes que minha terra é mais terra
São sempre as que ainda não há


                                       Vinicius Faria

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