terça-feira, 31 de dezembro de 2013

O Terceiro Amigo do Banco

Tinha uns doi metro de altura que só, assim galalau. Chupado, meio pelancudo, parrudo e era desses mureno claro. Não tinha este jeito arretado da gente daqui. Era mai abobaiado, assim meio leso.
Sentô ao lado da gente. Tudo no banco da praça. Tinha birita nas mão e ofereceu quando foi pegá a paia. Nan quisemo. Daí, ele inrolô e fumô pitando.., Sereno. Veio de pescador e resolvêmo prosiá.
         Só que a gente uvia e concordava de vez ou ora. Subemo que tinha cão, tinha gato, tinha inté papagaio. N’um tinha fio nem mulé. Se fô p’ra dizê, no início pensei que era esmolé, má num tinha cara de lambaio também. Parecia mai bom di vida.
Nu início, ficamo os dois disconfiado. O cabra veio meio assim... Má até que inté bebemo um pouco com morenu. Contei sobre a frutêra que a gente tem. E inté perguntei se era da capital. Disse que non era. Murava ali memo. Má qui era nortenho de nascença.
Era meio leso, má n’um era brocoió não. Cabra podia vendê a casa pegando fogo, se carecesse. Contô da família. Na potoca nos fomumas duasora. Nóis tinha que chega cedo p’ra fechá a casa p’rá n’um entra muriçoca daí. Má antes da gente pega o bêco, o mureno jogô o pito no chão e ia segui viage.
         Nego deu três passo, oio p’ra nóis.  Oio di volta p’ra frente. Só n’um ando mais. E nóis que pensava que o ômi ia falá que deu tiro in mulé, matô gente - daí o sinhor vê. Caiu ali memo. Di frente. Curvado qui nem berimbau. N’um saracotiô muito e fico pedrado nu chão. No fim, acho que era um cabra bom. Má nunca vamo sabe, sô.

                                                          Cesar Domity

Nenhum comentário: