sábado, 20 de abril de 2013

Lembrete sobre os Desperdiçados

Chuva fina e poética no silencioso princípio
Da véspera do tango rançoso
.... Chuva curva e esquelética penetrante no orifício
Áspero e cuidadoso do ofício do ouvido
Que se arrasta pelo miúdo dançarino preguiçoso

Chuva que desaparece no próprio contraste realístico
Dando ao nada estatura e textura
... Chuva que vira deserto e logo se torna um galho estatístico
Na beira do deserto holístico
Apoiando na paisagem um livro gasto em rasuras.

Chuva que é preciosa e que aqui não mais vem lamber
Os rostos debilitados dos breves
Que apegam-se à música como esperança difusa
E contextual à tangível realidade confusa
E que abrançam-se e choram quando ausentes de pensamentos leves.
                                                             
                                             
Cesar Domity

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