sábado, 13 de abril de 2013

O Olho

Das flores cândidas perto da lareira que esquentam-se sem queimar ao mar violento que se revolta com o vento na pressão que a lua vem a exercer, tu te fazes presente nos cantos secos do deserto do meu pensamento.
Por que me compras esta passagem para meu desespero, memória moribunda e persistente?
Por que vens recriar o nublado funeral do tempo das cotovias quando o dia se faz tão mais agradável?
Das parade das salas que frequento, escorre um óleo com grafite o qual me besunto e me enegreço na ausência da consciência do ato. 
Tu te fazes presente nas cadeiras e lê o jornal da minha vida com um desinteresse de final de semana. Passas as páginas que contenham qualquer relevância para alcançar-me no clichê das páginas de fofocas.
         No que entro, olha-me como se olha as segundas-feiras pela janela e inebria-se com a luz fosca que me corta com a impressão que sou reflexo da existência.
                                                               Cesar Domity

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