sábado, 13 de abril de 2013

Poema do Ano Passado

Fiz esforços desmedidos para sair de mim
Comprei universos e deixei os depois
As mentes novas eram flores e secaram
As emoções foram lavadas e voaram
O vento arrastou as razões
Fiquei comigo, perdido.

Quebrei minha casca
Joguei-me em um poço
Fui à prostituta pura e casta
Enterrei meu coração em uma núvem
E usei uma bigorna de carpinteiro.

Para chegar em casa
Quis ver o mundo inteiro
Para ser branco fui para a áfrica
Escrevi a minha vida na areia
Nas entrelinhas do descaso.

Quis, surdo, escutar o canto da sereia
Fiz do meu pranto a falta de lágrimas
Neguei sede no deserto
Joguei o longe o que pude mais perto
Na parede sem portas, bati palma
E não esperei ser atendido.

                                               Vinicíus Faria

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